terça-feira, 19 de abril de 2016

“UMA VIDA AO TEU LADO” de Nicholas Sparks



Ao estilo de Nicholas Sparks, são-nos apresentadas duas histórias de amor de épocas diferentes que se cruzam por mero acaso.
 Ira e Ruth. Sophia e Luke. Dois casais com pouco em comum, cujas vidas se vão cruzar com uma intensidade inesperada nesta celebração do amor e da memória. Sem dúvida, uma viagem extraordinária aos limites mais profundos do coração humano.
Jovens estudantes de faculdade podem rever-se em Sophia, uma bela rapariga, mais empenhada em seguir a sua carreira de sonho – trabalhar numa galeria de arte – do que na sua vida amorosa.
As típicas amigas “namoradeiras”, apesar de representarem uma ideia já bastante vista e previsível neste tipo de filme, terão um papel fundamental na união de Sophia com Luke, o “cowboy” que se tornará o homem da sua vida no desenrolar dos acontecimentos.
No entanto, o livro não se fica apenas por uma bonita história de amor. Ira Levinson, um senhor encantador, apesar da sua avançada idade, “tropeça” na vida dos jovens. A personagem conta com uma bagagem de noventa anos de histórias, a maioria das quais na companhia da sua adorada mulher, Ruth, que já faleceu há nove anos, mas continua a ser a sua companheira – um amor que nem a morte separou.
Com a ajuda de Ira, a vida protegida de Sophia entrelaçar-se-á com a realidade ao limite de Luke, fazendo com que a jovem encare a possibilidade de um futuro diferente do que tinha imaginado. Um futuro que Luke tem o poder se reescrever… se o segredo que o atormenta não os destruir a ambos.
Uma vida ao teu lado cativa-nos, não só pelo enredo capaz de prender qualquer um, saboreando cada palavra, como também, na sua adaptação ao grande ecrã, pelos locais comuns do dia a dia; pela qualidade da imagem que realça a beleza da realidade; pela naturalidade das expressões das personagens que torna mais fácil a sua compreensão, sem, claro, retirar o devido valor e prestígio à escrita do magnífico autor.
Cada minuto de olhos postos nas páginas deste livro, não é, com certeza, uma perda de tempo e faz com que consigamos interiorizar a sua mensagem: uma vida ao lado de quem amamos sorrirá sempre para nós.


Maria Alice 

Apreciação Crítica do "Diário de Anne Frank"



O Diário de Anne Frank é bem capaz de revirar o estômago de qualquer um! Mesmo aqueles que não leram o diário, conhecem a história da menina judia que, junto com a sua família e outra, passou dois anos escondida da fúria nazi – e conhecem o seu desfecho trágico.
O Diário de Anne Frank é um daqueles livros que povoa o imaginário popular, sendo debatido nas escolas e em palestras. Isto tudo, porque é realmente excepcional e fabuloso! O Diário veio revelar ao mundo o que fora, durante dois longos anos, o dia a dia de uma adolescente condenada a uma voluntária auto-reclusão.
A meu ver, o resultado final do livro é um retrato extraordinário de uma jovem que busca a sua identidade num dos mais trágicos períodos da história da humanidade. Infelizmente, Anne e os restantes foram descobertos e levados para campos de concentração. Anne Frank acaba por morrer em Bergen-Bels a escassos dois meses do final da guerra e o pai, o único sobrevivente, é quem publica o diário.
Assim, é por saber do horror por que Anne e os habitantes do fatídico anexo passaram que ler o livro é uma tarefa um pouco complicada e triste. No entanto, creio que é um exercício necessário para sentirmos um pouco todo o sofrimento e angústia de milhões de judeus.

             Em suma, o livro mostra-nos que não devemos criticar aquilo que não temos e que devemos agradecer por aquilo que temos. Esta á a lição mais importante a reter com o livro! 

Sara

Apreciação Crítica do Livro “A Série Divergente: Insurgente”


O livro “A Série Divergente: Insurgente”, apesar de ter sido adaptado ao cinema, não perdeu muitos leitores, já que o filme se baseia no livro. Veronica Roth prossegue de forma brilhante a história de “Tris” e “Quatro”. Com este livro, já ganhou dois prémios: um em 2012, quando o livro foi eleito pela “GoodReads Choice Awards” como o “livro de fantasia para jovens adultos”; e outro em que foi considerada a “melhor autora do ano”.
A autora começa o livro com “Tris”, “Quatro”, o seu irmão “Caleb”, “Marcus” e “Peter” a dirigirem-se para a fação dos Cordiais. A partir deste momento, “Tris” tenta viver uma vida pacífica e despreocupada, até que a representante dos Cordiais a informa de que “Jeanine” começou uma busca para a encontrar. Tris e o grupo com que chegou aos Cordiais são expulsos dessa fação. Perante isto, a única opção que têm é começarem a viver com os “sem-fação”.
Tris conhece Evelyn, com a qual não tem empatia; Tobias planeia uma guerra contra os Eruditos e a parte que restou dos Intrépidos, que se chamam “Intrépidos-traidores”; contudo, Tobias e Tris tentam e encontram o resto dos Intrépidos que estão na fação dos Cândidos; para Tris e Quatro serem acolhidos fazem um teste da verdade. A partir daí, o plano da guerra começa a ser transposto para a realidade. No entanto, Tris é capturada e torturada por Jeanine, porém consegue fugir. Por fim, Tris, Marcus, Christina e outros amigos vão numa missão até à Central dos Eruditos para salvar os dados da cidade de Chicago, mas sem sucesso.

A autora acaba com o timing perfeito e de forma esplêndida o livro e deixa-nos a desejar ler o próximo volume.

Ângelo

Apreciação crítica do filme “Shrek”

      Animação, amor e alegria, tudo isto são sinónimos do fantástico filme da “Dream Work”, “Shrek”.
      Esta empolgante produção cinematográfica retrata a história de um ogre solitário, de seu nome Shrek, que vivia sozinho num pântano escondido na floresta. Até que um dia, o seu sossegado habitat foi invadido por todas as criaturas fictícias das histórias infantis. Para recuperar de novo a sua privacidade, Shrek foi obrigado a partir, com o seu amigo burro, em busca da princesa Fiona, por quem se apaixonou e com quem viveu feliz para sempre no reino de “ Bué, Bué Longe”.
       Trata-se do melhor filme alguma vez concebido. Desde a música às personagens, uma verdadeira obra prima, sendo o burro a minha personagem favorita, uma vez que confere ao filme um caráter cómico que deixa o espetador literalmente colado ao ecrã. Por outro lado, é uma obra sentimental que dá a conhecer os obstáculos que a aparência e a beleza podem impor ao amor. No entanto, o importante é que este saia sempre vencedor.
          De uma forma subtil, esta produção faz alusão a todas as criaturas dos contos de fadas que marcam a nossa infância, desde os “ Três porquinhos” ao “Capuchinho Vermelho” sendo, assim, um filme indicado para todas as idades.
          Para concluir, “Shrek” é o melhor conto de fadas de sempre, pois mostra que ninguém precisa de ser perfeito para ter um final feliz. Não devemos escolher ninguém por ser bonito, mas sim por fazer o nosso mundo mais bonito.
 

 Ana Catarina        

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Juliana "dixit"

A Juliana perguntou-me se eu conhecia o provérbio "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades". Na verdade, conhecia o verso camoniano e o provérbio, em separado. Mas faz sentido, não faz?

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Apreciação crítica da obra “O Diário de Anne Frank”

Existem livros que nos “prendem” até à última palavra. O Diário de Anne Frank, é, sem dúvida, um deles. Fechada num anexo secreto – no qual viviam a sua família, os Van Daan e Dussel – Anne escrevia no seu diário as suas reflexões da vida e a sua conceção do mundo, durante o período da Segunda Guerra Mundial. Atualmente, devido à trágica morte de Anne Frank num campo de concentração, o livro - ao qual eu me rendi e, comigo, milhares de pessoas – está disponível em dezenas de países.
            A meu ver, é extraordinária a capacidade de uma adolescente de doze, treze anos, elaborar uma obra tão madura e adulta para a sua idade. Anne escrevia sobre a natureza e sobre os seus sonhos de uma forma tão detalhada que suscita o entusiasmo do leitor e provoca o seu envolvimento na história.
            Além disto, o encadeamento das peripécias que a jovem judia ia vivendo está muito bem executado, tornando-se possível que o leitor entenda o que se ia passando naquele anexo secreto.
            No que diz respeito à caracterização das personagens, submetemo-nos à descrição que Anne apresenta, não nos sendo permitido tirar as nossas conclusões. No entanto, e como não quero tirar crédito algum ao talento da jovem, é pouco relevante que isso aconteça, dada a minúcia com que são descritas as personagens.

            Concluindo, aconselho vivamente a leitura deste diário que evoca no leitor a sensibilidade relativamente à importância da vida e do amor em viver, que Anne Frank tanto tinha e, infelizmente, foi impedida de continuar a ter.

Ana Carolina

Apreciação crítica da “Farsa de Inês Pereira”:

De um cocktail de desafio, imaginação e crítica surge a arrebatadora “Farsa de Inês Pereira”: a história de uma jovem leviana que olha para o casamento como nada mais do que puro interesse. No entanto, acaba por ser enganada, o que resulta numa perfeita comédia de enganos com um acentuado rasto de vingança.
É Gil Vicente, conhecido como o Mestre do Teatro português que, levado pela necessidade de mostrar a todos os seus contemporâneos a verdade da sua originalidade, nos põe nas mãos uma trama baseada no provérbio: “Antes quero asno que me leve que cavalo que me derrube.”
Inês, personagem principal da obra, revela-se uma jovem pragmática e pouco consciente que vê no casamento uma via para a independência e liberdade, tendo por ideal um homem discreto e avisado. São-lhe apresentados dois pretendentes totalmente distintos: Pêro Marques, homem leal, rural e ingénuo que Inês põe logo de parte e Brás da Mata que, em instantes, faz da rapariga sua esposa. É neste momento da obra que é mais sentida a comédia de enganos, resultante da agilidade com que Gil Vicente dá asas à literatura: o Escudeiro, que se tinha feito passar por um homem animado, com posses e reconhecido, demonstra-se violento e mesquinho, acabando por ser morto por um pastor. Assim se inicia o ciclo de vingança que leva, de forma astuta, Inês a casar com Pêro Marques, descarregando nele toda a liberdade de que Brás da Mata a privou, fazendo-o passar por “marido cuco”. Gil Vicente encerra, deste modo, a trama que, tal como todas as suas obras, foi marcada pela sua distinta qualidade e criatividade.

É criticando a leviandade das mulheres burguesas que querem subir na escala social através do casamento que Mestre Gil, mais uma vez, nos surpreende com o seu talento.

Martinha 

Apreciação crítica de “As vantagens de ser invisível”

Quando nós adolescentes julgamos que nada nem ninguém é capaz de compreender o que sentimos, surge-nos o filme As vantagens de ser invisível. A adolescência e o poder de uma amizade bem cimentada são os principais tópicos abordados no guião. Tenho a dizer que o trabalho do realizador é de louvar! Sabendo exatamente qual a faixa etária que mais se dedica a este tipo de passatempo, o senhor faz um excelente esforço para, através do seu trabalho, mostrar aos jovens que existe sempre uma razão para a sua existência. Nada é por acaso. E, de facto, o seu objetivo é cumprido na perfeição.
              Tal como acontece com alguns de nós, As vantagens de ser invisível conta a história de um menino inteligente que vive na sombra do medo de poder ser vítima de gozo. Ele sonhava com o seu primeiro dia no liceu, fazer amigos… Mas isto não aconteceu e, à medida que os dias passavam, começou a ter a perceção de que se tornara uma pessoa invisível para a sociedade. Adicionando a esta situação os problemas do seu passado, a sua vida passou a não fazer sentido. É neste momento que surgem os amigos que acabam por dar um certo rumo à sua vida, demonstrando-lhe que nunca esteve sozinho.
              De facto, este filme é extraordinário. E, não menos importante, os atores foram também uma óptima escolha do realizador. O seu forte poder interpretativo, o cenário e, principalmente a mensagem que é transmitida, fazem deste um filme realmente memorável. Parece-me ainda que cada um de nós retira dele a sua própria lição de moral, mas sobre um aspeto não restam dúvidas: essa lição será sempre positiva.
              Este é um filme que te emocionará. Irás perceber que, mesmo quando tudo parece perdido, a esperança permanece viva e, se olhares à tua volta, terás sempre ao teu lado alguém que te ama e te ajuda em qualquer circunstância.

              Atrever-te-ias a vê-lo?

Joana

Apreciação crítica de "Cortei as tranças"

Cortei as tranças... li, reli e voltei a ler o livro de António Mota. Uma combinação de drama e emoção que nos faz desligar do mundo e olhar apenas para a história. No entanto, não se trata de um olhar para o livro como quem diz “olhem para mim a ler”, mas de um olhar que nos faz imaginar a história, senti-la.
            Uma rapariga é obrigada a crescer quando depara com a morte da sua mãe, tornando-se, como se costuma dizer, a “mulher da casa”.
            É este o ponto mais alto do livro... Uma fantástica representação da realidade, um “abre-olhos” que nos mostra que a vida não é sempre fácil, mas que tem também um lado menos bom, lado esse que nos é apresentado de uma maneira quase impossível.
            A história vai-se desenrolando em dois tempos: o presente e o passado, o que pode, no inicio, gerar certas dúvidas no leitor, mas que é, ao mesmo tempo, o ingrediente secreto que abrilhanta a história. A mensagem não nos é dada de uma forma simples, ela está lá e o leitor tem que procurá-la, percebê-la.
            O único aspeto negativo que encontro é quando deparo com a página branca que me indica o fim... aqui percebemos que acabou e sentimos curiosidade de saber o que aconteceu a seguir na história da rapariga. No entanto, não sabemos e não temos como saber porque o livro acabou e, com ele, a história.

            Não é livro para se desprezar, de todo... é história para permanecer na mesinha perto da cama para sempre que nos apeteça ler um bom trabalho... é história que nos dá uma lição de vida, mesmo quando lida pela décima vez. 

Vera

Apreciação crítica de "Os jogos da fome"

Os jogos da fome é um livro de Suzanne Collins, “best-seller” a nível mundial, devido, principalmente, ao filme baseado nele.
Não irei ser a “ovelha negra do rebanho” e dizer que não gostei, porque realmente adorei! A ação decorre em dois sítios centrais, a capital e o distrito doze (a capital é o centro do governo de uma ditadura austera que dividiu o país em doze distritos, sendo o doze o mais pobre e o um o mais rico). Existe um enorme contraste entre os lugares, um imensamente rico e outro extremamente pobre. Penso que isto foi uma excelente crítica à situação atual do mundo, onde, sobretudo, na Europa, “tudo” é muito bom; já em África, muitas pessoas vivem em condições desumanas.
A personagem principal, Katniss Everdeen, é notoriamente “redonda”, com crenças, raivas e uma personalidade forte, um ótimo trabalho. Com ela, o narrador transmite várias mensagens como, por exemplo, o “dever” de amar a família ou o facto de, muitas vezes, o mundo ser cruel connosco.
Literariamente, o livro está muito bem redigido, com vocabulário rico, com imensas adjetivações e descrições que nos obrigam a imaginar o escrito. Contém uma escrita não muito simples nem muito complexa, resumidamente: ótimo para o público-alvo (jovem-adulto).

Concluindo, é um ótimo livro, que sugiro a todos, com ótimas lições de vida, muito agradável de ler. Sugiro que o leiam mesmo depois de ver o filme, porque o livro é ainda melhor. Tem apenas um grave problema: é extremamente viciante.   

Emanuel

Apreciação crítica de “A rapariga Dinamarquesa”


Depois do “blockbuster” A Teoria de Tudo, o protagonista é confrontado pelo realizador d’O Discurso do Rei com uma proposta de parceria. A rapariga dinamarquesa seria o nome dado ao filme que, mais uma vez, testava a qualidade do ator principal, este que n’A Teoria de Tudo representou também a personagem principal de uma biografia muito intensa.
Baseado numa história verídica, o realizador compila de forma estratégica, em cerca de duas horas e sem nenhuma quebra, o sofrimento envolvido na primeira operação de mudança de sexo. É retratada não só a dor por parte de Lili, mas também por parte da sua parceira. O tema, até então “tabu”, sobe ao pódio de nomeações para os Globos de Ouro. De facto, qualquer pessoa, por mais fria que seja, se comove com o enredo do filme. A discriminação sexual é talvez um dos problemas menos tratados nos filmes de Hollywood, o que torna este filme tão único.
Contudo, a necessidade de elaborar um filme comovente entrou de tal modo nas veias do ator que, em alguns momentos, se torna excessiva, chegando a ser, para alguns, ridícula. A realidade atual está ali representada; não obstante, em certos momentos, a ação poderia ser um pouco menos óbvia, e o sofrimento mais pensado.

A rapariga Dinamarquesa é a prova de que devemos lutar sempre pelos nossos sonhos e deixar-nos voar, tal como o lenço de Lili.

Inês