Grupo I
O tema de conversa entre D. Maria e D. Madalena é o
sebastianismo.
A perspetiva do regresso de D. Sebastião
acarretaria consequências muito diferentes consoante as personagens. Para
Telmo, que reage normalmente (“(…) tirando aqui o meu bom velho Telmo (…)”),
tal significaria voltar a ver aquele que considera o seu verdadeiro amo. Já para D. Manuel de Sousa Coutinho (que
demonstra aborrecimento e fica pensativo) e para D. Madalena (que se aflige e
chora), tal implicaria a anulação do casamento, tendo como consequências a
ilegitimidade de Maria e a desonra da família.
Os indícios de que a peça virá a adquirir um
caráter trágico residem na inquietação que D. Madalena e D. Manuel demonstram
quando Maria se refere a um hipotético regresso de Alcácer-Quibir. Com efeito,
a vinda de D. João de Portugal vai causar a tragédia. O desfecho é ainda entrevisto
nos sintomas da doença de Maria, patentes na intervenção de Telmo.
Maria é uma jovem precoce, viva, inteligente
e patriótica, como comprovam as suas afirmações relativas ao regresso de D.
Sebastião. O facto de se dar conta do desconforto dos pais quando aborda essa temática
demonstra que é muito intuitiva, e o facto de prometer evitá-la revela amor
filial (“(…)não quero mais falar, nem ouvir
falar de tal batalha, nem de tais histórias, nem de coisa nenhuma dessas.”).
D. Madalena é emotiva e pouco
racional, pois crê em agouros e receia o regresso de D. João de Portugal, como
revela a descrição de Maria (“(…) ela aí está a chorar…”). No entanto, por amor
à filha, finge-se racional e evoca os argumentos de outras personagens (“Pois
não tens ouvido a teu tio Frei Jorge e a teu tio Lopo de Sousa contar tantas
vezes como aquilo foi? O povo, coitado, imagina essas quimeras para se consolar
na desgraça.”) – nos quais, verdadeiramente, não crê.
Tendo em conta as suas atitudes neste
excerto, Telmo é leal, pois quando se apercebe de que a sua crença no regresso
de D. Sebastião é nocivo para Maria, promete que deixará de aludir a esta
questão (“E é assim: não se fala mais nisso.”). A sua veneração pela jovem
nota-se no à parte (“Que febre que ela tem hoje, meu Deus!”)
(N.B.: tal como é indicado na questão, bastam duas caraterísticas para cada
personagem, desde que apoiadas em passagens textuais)
Grupo II
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