terça-feira, 13 de outubro de 2015

Síntese


Síntese: redução de um texto ao essencial por seleção crítica das ideias-chave (mobilização de informação seletiva, conetores); manutenção do tema e da informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, correção linguística.


  • Redução do texto em +/- 1/4 do original, mas mantendo a neutralidade, a fidelidade e a coerência do texto original
  • Mantém o assunto e as ideias principais do texto original
  • As palavras ou expressões chave mantêm-se na maioria dos casos
  • A informação do texto original é apresentada de acordo com o seu grau de importância
  • Os tempos verbais e as pessoas gramaticais podem ser alterados relativamente ao texto original
  • Há substituição de palavras ou expressões por sinónimos mais curtos
  • As orações subordinadas relativas podem ser substituídas por adjetivos, nomes, particípios ou gerúndios
  • O texto é apresentado na terceira pessoa, com possíveis referências ao autor, destacando as suas opiniões ou intenções
     

  O prazer das fardas

Sei que é quase impossível imaginá-lo, mas houve de facto uma altura na História do Mundo em que o uniforme foi um fenómeno socialmente mal visto. Aí há uns trinta anos lutou-se pela liberdade do traje e tudo foi largando as fardas, batas, hábitos e costumes que se consideravam humilhantes e ofensivos à consciência da unicidade do utilizador. A começar pelo que, já em declínio, se chamava pessoal doméstico, as escolas, restaurantes, autocarros e o exército propriamente dito borbulhava então de uma gente garrida e à sua vontade que tratava imaginativa o tema do uniforme, avivando com flores em locais desconcertantes, lenços à pirata e todo o género de toques pessoais uma vida em sociedade até aí pequenita e sempre igual.
   Mas a liberdade tem muitos perigos e muitas ameaças  e o mundo voltou, diríamos que por instinto, à uniformização protectora do uniforme. Do McDonald’s aos Correios de Portugal, passando por estudantes e donas de boutiques, hoje tudo veste farda, naquela noção mágica de que farda é competência e assumindo sempre que uma pessoa com farda é mais do que uma pessoa.

 

Luísa Costa Gomes               (182 palavras)

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