sábado, 4 de junho de 2016

Cenário de correção do teste de avaliação (10.ºB)


Grupo I

A relação entre o sujeito poético e o cenário físico é importante na construção do sentido do poema. Com efeito, “o Sol encoberto” (v. 1) e a “luz quieta e duvidosa” (v. 2) criam um ambiente propício ao devaneio e à rememoração, naquela “praia” (v. 3) que se torna “deleitosa” (v. 3) por ser o espaço em que o eu lírico se move, “imaginando” a sua “inimiga” (v. 4). A instabilidade do tempo atmosférico pode ainda refletir o caráter algo inconstante da amada.


Do ponto de vista físico, é bela (“face tão fermosa”, v. 6) e graciosa (“os cabelos concertando”, v. 5 e “a mão na face”, v. 6). O seu retrato psicológico, porém, é complexo: se o sujeito poético lhe exalta a alegria (“alegre”, v. 7) ou a candura (“olhos tão isentos”, v. 10), noutros passos adivinhamos uma certa instabilidade. De facto, tanto se mostra alegre, como melancólica (“cuidosa”, também no v. 7); tanto está inquieta (“movida”, v. 11), como calma (“segura”, idem); tanto está “triste”, como “risonha” (v.12).


Os dois versos finais constituem uma meditação acerca da distância intransponível entre a ilusão que a memória é capaz de criar e a realidade da vida presente. Com efeito, uma vez que o sujeito lírico afirma que a ausência “sempre dura” (v. 14), depreendemos que este se encontra só, reduzido aos seus “pensamentos” (v. 13)


Grupo II


Esta relação metafórica é estabelecida porque os navegadores, numa primeira fase, desembarcam dispostos a realizar uma caçada. Quando avistam as ninfas, apercebem-se de que realizarão um tipo diferente de perseguição, mas que no texto é descrita em moldes idênticos aos de uma caçada: os portugueses assumem o papel de predadores e as deusas simulam serem presas assustadas.


Grupo III


O título do texto de Vasco Graça Moura chama a atenção para o facto de a ilha referida nos Cantos IX e X de Os Lusíadas não possuir a denominação atribuída tradicionalmente.

No segmento «[…] "amada" refere-se a pátria e "namorada" à Ilha» (linhas 11-12), o enunciador utiliza uma elipse da forma verbal.

Segundo o texto, o «imperativo prático» (linha 16) que obrigou os marinheiros a aportar à ilha namorada corresponde à necessidade de abastecimento de água potável.

O referente de «-lo» (linha 25) é «subepisódio» (linha 25).

O texto apresentado pode enquadrar-se na tipologia expositiva.

Função sintática desempenhada por «Ilha dos Amores»: COMPLEMENTO OBLÍQUO.

Função sintática desempenhada por «da ilha»: COMPLEMENTO DO NOME

A ETIMOLOGIA DA PALAVRA REMETE PARA UM “LUGAR INEXISTENTE”, “IRREAL” (OU ATÉ “NENHUM LUGAR”) E, EFETIVAMENTE, VASCO GRAÇA MOURA REFERE QUE O POETA NÃO NOMEIA A ILHA QUE DESCREVE NOS DOIS ÚLTIMOS CANTOS DA EPOPEIA, SENDO A SUA EXISTÊNCIA PURAMENTE LITERÁRIA.

«que nunca esse topónimo é usado»: ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA COMPLETIVA

«para nela podermos encontrar várias simetrias»: ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL FINAL

Grupo IV

Resposta livre


N.B. Os testes e cenários de correção baseiam-se frequentemente em exames (que podem encontrar no “site” http://iave.pt/np4/provas.html ) ou em materiais fornecidos por editoras.

Cenário de correção do teste de avaliação (10.ºE)





Grupo I

Parte A

Numa primeira fase, o sujeito poético define vida como  uma “peregrinação cansada”, isto é, um percurso longo, difícil e fatigante. Em seguida, ao caraterizá-la como “breve e difícil discurso humano” que “se encurta” e “ao fim caminha”,  lamenta a sua brevidade e o facto de o seu fim se estar a aproximar.

Este soneto é uma reflexão sobre a vida, o cansaço de viver e a tristeza pelo facto de a morte se aproximar. Existe uma antítese entre as formas verbais “se me alonga” (v. 1) e “se me encurta” (v. 3), pois a primeira aponta para a longa duração da existência do sujeito poético, enquanto a segunda indica que a morte é iminente. Opõem-se, assim, as ideias de longevidade e finitude do “eu” lírico.

Ao recorrer à metáfora “no meio do caminho” (v. 10), o sujeito poético refere-se à sua existência, um percurso extenso que tem de percorrer. A hipérbole “mil vezes caio” (v. 11) põe em evidência a dificuldade dos obstáculos com que o “eu” lírico depara no decurso da sua vida.

Parte B

O assunto deste excerto é a influência nefasta (“o vil interesse”, v. 7) e avassaladora (“(…) que a tudo nos obriga”, v. 8) que o dinheiro exerce em pessoas de todas as classes sociais, tanto “(…) no rico, assi como no pobre” (v. 6).

 

O recurso expressivo através do qual se divulga o caráter negativo do dinheiro é a anáfora do pronome “Este”. A palavra a que o pronome demonstrativo se refere é o dinheiro (estância 96). Na perspetiva do poeta, o dinheiro tudo corrompe: os subornos levam as fortalezas à rendição, transformam amigos em traidores; pessoas nobres e generosas cometem atos vis, pessoas puras deixam-se perverter; as ciências, o saber e as leis sofrem deturpações; as consciências e as opiniões deixam-se iludir; os perjúrios e a tirania multiplicam-se. Até os religiosos (ainda que aparentem integridade), se deixam corromper.

Grupo II

Pode afirmar-se que o objetivo principal do texto é apelar à consciência da opinião pública, apresentando um mau exemplo de apoio financeiro.

O Environmental Defense Fund é uma organização que se dedica a avaliar os efeitos dos investimentos, a nível ambiental e social.

A expressão «(no Boston Globe, 27.09.2002)» (linhas 8-9) surge entre parênteses porque se refere a informação adicional.

Os vocábulos «BM» (linha 9), «pipeline» (linha 12) e «ecocídio» (linha 16) correspondem, respetivamente, a uma sigla, um empréstimo e uma amálgama.

 

Segundo o autor, os motivos pelos quais o BM não deveria apoiar o projeto da Exxon / Mobil são três: o tumulto social, a devastação ecológica e a corrupção na Administração Pública dos países envolvidos.

 Funções sintáticas desempenhadas pelos constituintes indicados:

 

  • «uma economista»: predicativo do sujeito
  • «que foi ignorado pelo BM»: modificador apositivo do nome
  • «no caos político reinante»: complemento oblíquo

A expressão «aspirar» equivale, neste contexto, a «atrair». Porém, pode também significar «limpar», «sorver», «absorver», ou ainda «desejar», «ambicionar»…

A oração presente na frase «tanto mais que este tem dado provas de alguma crescente sensibilidade ambiental» é subordinada adverbial causal.

Grupo III

Resposta livre
N.B. Os testes e cenários de correção baseiam-se frequentemente em exames (que podem encontrar no “site”
http://iave.pt/np4/provas.html ) ou em materiais fornecidos por editoras.

Cenário de correção do teste de avaliação (10.ºD)




Grupo I

 

O sujeito poético mostra-se apaixonado e revela estar triste, saudoso e melancólico pela separação da amada. Finalmente, revela angústia por não saber se ela ainda o ama ou se já o esqueceu.

 

As interrogações (por exemplo “Agora que farão”) e as anáforas (a sucessão de interrogações iniciadas pelo vocábulo “Se”) utilizadas ao longo do discurso do sujeito poético traduzem uma variedade de sentimentos. Em ambos os casos expressam dúvida, incerteza, angústia, ansiedade e ilusão.

 

O poeta manifesta a intenção de não voltar a cantar, pois sente-se desgastado (est. 145, vv. 1-2) com a falta de reconhecimento dos seus compatriotas, envolvidos “No gosto da cobiça e na rudeza / Dhũa austera, apagada e vil tristeza” (est. 145, vv. 7-8).

 

O poeta mostra desânimo, desalento e desencanto (No mais, Musa, no mais, que a Lira tenho / Destemperada e a voz enrouquecida” – est. 145, vv. 1-2), mas também estupefação e perplexidade (“E não sei por que influxo do Destino / Não tem um ledo orgulho e geral gosto, / Que os ânimos levanta de contino / A ter pera trabalhos ledo o rosto.” – est. 146, vv. 1-4). Ainda assim, dá largas à exaltação da energia criadora e da valentia (estâncias 147-148). Os sentimentos do poeta são motivados:

– pela insensibilidade dos seus contemporâneos em reconhecerem o trabalho e o mérito do poeta (“ver que venho / Cantar a gente surda e endurecida.” – est. 145, vv. 3-4);

– pelo aviltamento dos valores que o poeta considera essenciais (“No gosto da cobiça e na rudeza / Dhũa austera, apagada e vil tristeza.” – est. 145, vv. 7-8);

– pela ausência, nos seus contemporâneos, de força anímica coletiva, comparável à dos “vassalos excelentes” (est. 146, v. 8);

– pelo confronto das atitudes dos seus contemporâneos (“gente surda e endurecida” que vive “No gosto da cobiça e na rudeza / Dhũa austera, apagada e vil tristeza” – est. 145, vv. 4, 7-8) com a bravura e a lealdade reveladas pelos Portugueses, num passado ainda recente.

 

Grupo II

 

1.1. Segundo a autora, a poesia de Camões é simultaneamente uma lírica de imitação de grandes poetas e singular ao nível da linguagem.

 

1.2. Através da expressão “o que não é pequeno arrojo!,” (ll. 7 e 8), a autora transmite uma opinião.

 

1.3. O uso dos dois pontos na linha 7 introduz uma explicação.

 

1.4. Com a expressão “De qualquer forma”” (l. 9), a autora introduz um nexo de oposição.

 

1.5. Com o uso dos parênteses (ll. 10 e 11), a autora apresenta exemplos para reforçar/clarificar as ideias anteriormente expressas.

 

1.6. O antecedente do pronome pessoal “lhes” (l. 13) é “muitos poemas de Petrarca, Bembo, Boscán, Garcilaso e outros” (l.12).

 

2.1 Oração subordinada adjetiva relativa explicativa

2.2. Complemento direto e Predicativo do sujeito

2.3. Poesia

Grupo III

Resposta livre


N.B. Os testes e cenários de correção baseiam-se frequentemente em exames (que podem encontrar no “site” http://iave.pt/np4/provas.html ) ou em materiais fornecidos por editoras.

A sério?!


Eis como alguns alunos de 10.º ano, a quem foi explicado vezes sem conta como devem responder - de forma completa e bem estruturada - às perguntas do grupo I dos testes de avaliação de Português; a quem foram mostrados os critérios de correção dos testes, dos exames de 3.º ciclo e dos exames de 12.º; e a quem foram facultados os cenários de resposta dos quatro testes anteriores, consideram correto responder a perguntas cotadas em 20 pontos:
  • «O estado espírito, em que se encontra o sujeito poético, é de tristeza.»
  • «O sujeito lírico está com saudades da sua amada.»
  • «O sujeito lírico encontra-se num estado deprimido.»
  • «O estado de espírito do sujeito lírico é de tristeza e duvida.»