domingo, 5 de março de 2017

O Portugal dos "Maias" é igual ao Portugal de hoje


Dificilmente encontraríamos cineasta menos unânime para adaptar Os Maias ao grande écrã, mas João Botelho atirou-se ao romance de Eça sem medo. "Isto" – o cinema, o dinheiro para o fazer – "é tão raro que um gajo só pode filmar coisas importantes", diz. Para lá das telas pintadas, do guarda-roupa de época, do artifício, Os Maias é um filme sobre Portugal, hoje.
Se há um livro unânime como grande romance português, é Os Maias, de Eça de Queirós, um enorme fresco, entre crónica de costumes e alta literatura, de um Portugal oitocentista que continua a falar aos nossos dias como raras obras literárias o conseguiram. Dificilmente encontraríamos cineasta menos unânime para adaptar Os Maias ao grande écrã do que João Botelho, 65 anos, autor de um dos universos mais singulares e menos consensuais do cinema português desde a sua estreia em 1981 com Conversa Acabada. Saído do êxito de Filme do Desassossego (2010) – que lançou sem distribuidor em digressão pelo país, somando 30 mil espectadores que dificilmente o teriam ido ver no circuito tradicional –, abalançou-se ao romance de Eça sem medo.
“Não quero fazer um filme de época”, diz numa esplanada com vista sobre a Avenida da Liberdade, numa tarde de fim de Verão, referindo-se ao artificialismo assumido de um filme todo ele em interiores sobre uma Lisboa impossível de recriar fisicamente em exteriores. Pelo meio de muitos cigarros e de um discurso entusiasmado, (…) Botelho explica como o seu filme aposta num “distanciamento pelo artifício”: fiel à narrativa e ao espírito, mesmo que não à letra, de um romance sobre o Portugal de ontem que fala muito ao Portugal de hoje.
In Público, 11/9/2014
Rasurem da ata a palavra "gajo". O João Botelho não foi meu aluno... coitado.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Cenário de correção 11.ºB


1.   O amor de Mariana por Simão é puro, abnegado e desprendido, já que a jovem não nutre a esperança de se relacionar ou de se casar com ele. Ao servi-lo, ela afronta as convenções sociais e, ao segui-lo no degredo, demonstra coragem. Tais caraterísticas fazem da personagem camiliana uma heroína romântica.
2.   O ambiente é de profunda tristeza. Mariana segue o cadáver, comovendo o comandante, que “contemplava a cena triste com os olhos húmidos”, e até os soldados, impressionados por “tão funeral respeito”, “se descobriram”. O culminar da tragédia surge quando Mariana se atira ao mar.
3.   A relação entre Mariana e Teresa é muito ténue. Teresa é a amada eleita por Simão Botelho, pelo que Mariana renuncia aos seus sentimentos pelo jovem e, demonstrando grande abnegação, auxilia-o na relação com Teresa. Não obstante, como Simão é incapaz de cumprir o desejo de Teresa de aceitar a pena de prisão, os filhos do corregedor e do ferrador acabam por embarcar juntos para o degredo. Quando Simão morre, Mariana beija-o (“Era o primeiro beijo. “) e fica em estado de choque (“Mariana estava, no entanto, encostada ao flanco da nau, e parecia estupidamente encarar aqueles empuxões que o marujo dava ao cadáver (…)“). Incapaz de sobreviver ao seu amado, suicida-se e uma onda atira-lho “aos braços”, permitindo-lhe “abraçar-se ao cadáver de Simão”. Trata-se, pois, de um “Amor de Perdição” para os três protagonistas.
II
 
1.1aos filmes que compõem a Tetralogia dos Amores Frustrados.
1.2hiponímia.
1.3substituição por sinonímia.
1.4as complexas relações comunicacionais entre homens e mulheres e a utopia do amor absoluto.
1.5 um determinante e uma preposição, respetivamente.
1.6interfrásica.
1.7adjetiva relativa restritiva.
    1. complemento oblíquo.
    2. complemento do nome.
1.10. a antítese e a personificação.
2.1   dêixis espacial
2.2   sujeito simples.
2.3   o cinema
2.4 «A tetralogia inclui-los-ia”

Cenário de correção do teste 11.ºD



I
1.   A luz que se apaga simboliza a morte de Simão, a qual, dando-se “ao romper da manhã” – ou seja, já à luz do dia – pode simbolizar o reencontro dos dois amantes na eternidade.
2.   O ambiente é de profunda tristeza. Mariana segue o cadáver, comovendo o comandante, que “contemplava a cena triste com os olhos húmidos”, e até os soldados, impressionados por “tão funeral respeito”, “se descobriram”. O culminar da tragédia surge quando Mariana se atira ao mar.
3.   A abnegação de Mariana é tal, que renuncia aos seus sentimentos por Simão e auxilia-o na relação com Teresa. Incapaz de sobreviver ao seu amado, suicida-se e uma onda atira-lho “aos braços”, permitindo-lhe “abraçar-se ao cadáver de Simão” para a eternidade.
II
 
1.1aos filmes que compõem a Tetralogia dos Amores Frustrados.
1.2hiponímia.
1.3substituição por sinonímia.
1.4as complexas relações comunicacionais entre homens e mulheres e a utopia do amor absoluto.
1.5 um determinante e uma preposição, respetivamente.
1.6interfrásica.
1.7adjetiva relativa restritiva.
    1. complemento oblíquo.
    2. complemento do nome.
1.10. a antítese e a personificação.
2.1   dêixis espacial
2.2   sujeito simples.
2.3   o cinema
2.4 «A tetralogia inclui-los-á”